quarta-feira, 27 de junho de 2012

Administração Pública e Política


      1) Mesmo que os critérios de democracia sejam bem aplicados ao governo de uma associação voluntária muito pequena, seriam aplicados ao governo de um estado?

      Poderiam ser aplicados ao governo de um estado, mas não resultariam tão bem quanto em um governo de uma associação muito pequena. Isso se deve, principalmente, ao fator população. Quanto maior o número de pessoas, mais difícil será manter a participação de todas no governo e ter suas preferenciais individuais igualmente consideradas na conduta do governo.

      2) Poderia alguma associação ser plenamente democrática?

      Possível sim, mas difícil. Pois para uma associação ser plenamente democrática, todos os participantes deveriam ter sua opinião ouvida e considerada e ser mantido direito igual a todos. O que se torna cada vez mais difícil com o aumento do número de participantes.


3) Considerando que nos sirvam de orientação, bastariam tais critérios para o planejamento de instituições políticas democráticas?

Os critérios serviriam como base, mas não bastariam. O planejamento de instituições públicas engloba muitas outras coisas, como fiscalização, transparência, participação popular etc.
     

domingo, 24 de junho de 2012

Não adianta ter boa intenção, tem que funcionar


Palestra Marcos Lisboa no I Forum CLP


Marcos Lisboa começa falando sobre crescimento econômico e desenvolvimento dos países. O por quê de alguns países crescerem mais que outros. As hipóteses antigamente indicadas foram derrubadas a partir do momento que surgiram bases de dados contendo diversas informações sobre todos os países. Permitiu-se então que o crescimento não fosse somente explicado por modelos antigos, pois ao testar a veracidade desses tais modelos, seria possível criar novas teorias para o crescimento econômico.
Algumas das hipóteses que acreditavam serem relevantes para o crescimento, eram a inovação tecnológica e a tradição cultural do país. A inovação tecnológica era vista como a maior razão do crescimento e enriquecimento econômico dos países, mas com o estudo das bases de dados essa idéia foi enfraquecendo com o passar dos anos.
Então Lisboa lista três itens essenciais para a explicação do crescimento econômico de uma nação. O primeiro seria países crescem bem com uma macroeconomia bem organizada, a segunda seria boas políticas sociais, investimento em saúde e educação, indicadores de qualidade de vida bons antes do crescimento, e a terceira instituições importam.
Cita que era dito que o crescimento começava pelo investimento, mas com o estudo das bases de dados foi comprovado que é o contrário que acontece; primeiro surge o crescimento e depois o investimento e a poupança como consequência.
Em geral primeiro cresce a produtividade e depois o investimento e a poupança. Os países se tornam mais produtivos e com isso a renda aumenta. A produtividade não cresce devido somente à inovação tecnológica. Esse crescimento provém de instrumentos de créditos e seguros, de novas e melhores instituições e novas e melhores regras do jogo.
Lisboa diz que temos que ter cuidado com as políticas públicas, pois às vezes a intenção é chegar a um objetivo, mas o resultado se torna outro.
O crescimento também ocorre por causa de pequenas reformas adicionais e o crescimento contínuo da produtividade. Parando com as reformas, a produtividade cai e o ciclo do crescimento acaba. As reformas permitem a criação de instrumentos que financiam o consumo que era inexistente antes da reforma. Instrumentos esses que permitem à população adquirir crédito.
O setor público de hoje se encontra com alguns desafios, como a existência de um desenho institucional onde a carga tributária tende a crescer, aumentando o custo do investimento e diminuindo o crescimento; o Brasil gasta muito para manter a qualidade dos produtos que gera, normalmente o país primeiro cresce se tornando desenvolvido para depois começar a gastar;  a tendência do crescimento da receita a virar gasto.
 O gasto público não feito de forma eficiente tem um efeito negativo, como a valorização do câmbio. Forçar a valorização do câmbio prejudica uma parte da economia local.
Temos um Estado que é maior do que o necessário, que podia fazer mais do que faz, pois é possível fazer mais gastando menos, ter melhores políticas públicas com menor carga tributária, o que ajudaria o investimento e o crescimento. A infraestrutura do Brasil está cada vez mais cara e se tornando um obstáculo ao crescimento invés de facilitá-lo.
É proposto por Lisboa que existe no Brasil uma institucionalidade mal definida, pois no Brasil os mandatos não estão definidos e assim toda decisão pode ser questionada. Não sendo claro o que é permitido e o que é fora dos parâmetros. Com isso surge o primeiro desafio institucional, que é a dificuldade nas tomadas de decisão e na definição de atribuições adicionais.
O segundo desafio seria mudar os instrumentos de gestão e controle do setor público. Gestão tem a ver com otimização de processos, fechar as práticas que não funcionam bem.
Lisboa conclui mencionando dois fatores fundamentais para uma melhor dinâmica do setor público brasileiro. Primeiro o desenho das instituições, o desenho dos programas, importa; não adianta o programa ter boa intenção, tem que ter um resultado concreto. E segundo, sem ter transparência dos resultados, não se sabe o que funciona bem e o que funciona mal.
Com isso pode-se dizer que reformas feitas nas áreas da microeconomia do país podem ser mais relevantes para o crescimento econômico do que grandes decisões na macroeconomia.

Posso começar a fazer a relação da palestra de Marcos Lisboa com a aula sobre Interfaces entre Economia e Administração Pública citando que tanto no Neoinstitucionalismo quanto na opinião de Marcos Lisboa, as instituições importam para o crescimento econômico. O gasto público feito de forma não eficiente e o grau de corrupção percebida influenciam negativamente o desenvolvimento econômico. E o governo deve especificar os direitos de propriedade para que as decisões não possam ser questionadas, como foi mencionado por Lisboa.